02/07/19

Palavras Sussurradas

Ele percorre aquela serra onde ao longe se ouve o mar. O céu, carregado, traz uma certa melancolia ao lugar. Olha o horizonte onde as nuvens se misturam com as águas numa amálgama de cinzentos como se o mundo começasse e acabasse ali.

Segue pelo piso escorregadio e, de repente, uma figura de mulher se lhe atravessa no caminho. Olha para aquele rosto e um sorriso surge como iluminando o dia. O seu coração bate com força. Saído de uma relação que lhe destroçou e fazendo isso parte de um passado já longínquo, não estava a fim de ter nova paixão.

No entanto, algo lhe dizia que não seria fácil esquecer aquele sorriso. Os olhos que viu eram estrelas, parecendo que o céu tinha descido à terra. Ela não se apercebe da atrapalhação dele quando começaram a conversar. Seguiram o mesmo percurso até que se separaram. Ela ficou e ele esperando que ela viesse, seguiu o caminho, alvoraçado, sempre olhando para trás. Não sabia a razão porque gostara tanto daquela mulher quando a viu. Mas o que não tem explicação explicado está. O destino tem destas coisas.

Deita-se. Os olhos vão-se fechando lentamente. Uma figura surge no seu sonho, é ela. Como se não houvesse espaço a separá-los, vê-a junto a si. Os seus olhos fitam-se como sempre se tivessem visto. O cabelo cai-lhe sobre o rosto. Linda! As suas mãos cruzam-se, os lábios aproximam-se e tocam-se num beijo apaixonado. A mão dele percorre o seu corpo, retirando peça a peça a roupa que a encobre. A sua pele vai arrepiando a cada passagem. Pousa a mão nos seus seios, sente a rigidez dos seus mamilos e beija-os sentindo o arfar do seu peito. Sussurra-lhe ao ouvido palavras de amor. O corpo estremece.

Beija-lhe os cabelos, os olhos, os lábios e vai descendo até sentir a humidade do seu sexo. Ela enlaça-o, ambos procuram saciar o desejo. Ele sussurra: "Sinto o teu prazer e gosto que faças amor comigo. Sinto o teu cheiro e fico inebriado. Vem amor, és toda minha e eu sou todo teu, tu estás em mim e eu estou em ti".

Os corpos explodem de prazer em sintonia perfeita.

Fitam-se e, abraçados, adormecem profundamente.