tag:blogger.com,1999:blog-17336278074311711942024-03-02T01:07:16.131+00:00O SonhadorMário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.comBlogger58125tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-32986353206554338382023-06-30T22:09:00.006+01:002023-11-28T12:04:31.888+00:00EM QUALQUER MOMENTO, EM QUALQUER LUGAR! <div align=justify>Não sei onde tu estás, mas sei que tu existes. És a luz que ilumina os meus sonhos, a voz que sussurra no meu ouvido, o calor que aquece o meu coração.
<br><br>
Eu não sei quando te vou encontrar, mas sei que vou te reconhecer. Tu és o sorriso que me faz feliz, o olhar que me faz sentir, o toque que me faz arrepiar.
<br><br>
Eu não sei como vou te amar, mas sei que vou te surpreender. Tu és a aventura que me desafia, a poesia que me inspira, a música que me embala.
<br><br>
Vou criar prosa em qualquer momento, em qualquer lugar, eu vou te encontrar. </div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0U3-IBe9QNniJ8VKbUNp7GUiF0JacXBpR0WWfuTBwMZYNMiki98ydC6yHo0-799DT0gMk9CBsbtVR4nNPZ3ibZgeaTeUdpadrtjdyM1DBjZK9mWcaG5KzcxitSOYOK8iP8WmslBq2Z3K_k1-1_Dumgg4pUcjNNfQC4mDYzPsh7goh7IKMaUF5JsYveOg/s960/FB_IMG_1688551743950.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="450" data-original-height="960" data-original-width="588" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0U3-IBe9QNniJ8VKbUNp7GUiF0JacXBpR0WWfuTBwMZYNMiki98ydC6yHo0-799DT0gMk9CBsbtVR4nNPZ3ibZgeaTeUdpadrtjdyM1DBjZK9mWcaG5KzcxitSOYOK8iP8WmslBq2Z3K_k1-1_Dumgg4pUcjNNfQC4mDYzPsh7goh7IKMaUF5JsYveOg/s400/FB_IMG_1688551743950.jpg"/></a></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-53203852822236539622020-01-15T19:13:00.003+00:002023-07-31T17:32:13.196+01:00A Última Noite<div align=justify>Passeava absorto nos seus pensamentos. Ia muitas vezes, sozinho, por aquele trilho de terra vermelha. Ladeando o caminho, de cor clara, as limbas, árvores de grande porte que podem atingir a altura de 50 metros, predominavam. Os cheiros da floresta tropical, os sons da fauna que mal se via tal o emaranhado de cipós, de ramos entrelaçados que impediam a sua visualização, eram uma bênção da natureza. Estava no Maiombe.<br />
<br />
O trilho ia dar ao rio que corria paralelo à aldeia de Tchinguinguili. Senta-se e vê-a.<br />
<br />
Compenetrada na sua tarefa, não se apercebe que estava a ser observada. Lavava ali a roupa naquele rio de água cálida e cristalina que, em certos sítios, caía em cascata, local onde as nativas tomavam banho.<br />
<br />
O seu corpo luzidio, estava seminu. O cabelo arranjado, um olhar aberto, os dentes alvos, um corpo de gazela. Cantarolava uma cantiga em <i>ibinda</i>, língua natural do povo de Cabinda.<br />
<br />
Ela, de repente, sente que está a ser observada. Olham olhos nos olhos e foi como se ali, algo tivesse ligado os olhares. Houve uma empatia imediata entre os dois.<br />
<br />
Pegando na trouxa de roupa, dirige-se para a povoação. Ele, fica ainda ali por momentos, como se aquela aparição tivesse sido um cometa que tivesse passado e deixasse rasto da sua luz.<br />
<br />
Volta a vê-la tempos depois. O coração dele transbordava de alegria por a ver de novo. Não sabia quem era, o seu nome, se casada, se solteira. Viria a saber depois. Era casada, mas o marido há muito que não a procurava. Passava os dias bêbado com o maruvo (bebida alcoólica resultante da seiva das palmeiras), na companhia dos amigos.<br />
<br />
E iam-se encontrando, aqui e ali, até que um dia tiveram mais um tempo juntos. Num local idílico, ali se beijaram. O mundo era só deles, nada mais existia.<br />
<br />
O tempo da comissão estava a acabar. Em breve ele voltaria para a sua unidade e regressaria à procedência.<br />
<br />
Resolveram encontrar-se numa noite perto do local onde se tinham visto pela primeira vez. O homem com a bebedeira dormia até tarde, nem notaria a falta dela.<br />
<br />
A noite estava linda. Ela, vestida com o traje típico, com a esteira, aguardava-o. Ele, de camuflado, levava um cobertor que as noites no Maiombe são húmidas e frescas.<br />
<br />
Deitaram-se sob a luz das estrelas. Amaram sem preconceitos ou tabus, o amor pelo amor. Adormeceram exaustos.<br />
<br />
O sol ia penetrando nas copas das árvores e desperta-os. A mão dele estava sobre o peito daquela mulher. Os olhos dela pareciam estrelas que tinham caído do céu e ali tinham ficado. Foram até ao rio. Banharam-se, mas o tempo urgia. Vestiram-se. Ela com a mão faz um débil movimento, ele, com o olhar, diz-lhe … Adeus!<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsXVi2YpXzXPWnJKx8F0OeiAJw7PSfi00g_MYg5Sq1RaalaY9KFTdKQDZ-dcx_uogx90ULUQhRCHa_NWFCdT39H3TJVCB14EJsJ3bPBYYeN8mAMuJPGMPzRd3ZDVUZFfg9bZPsTG6ypYk/s1600/maos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsXVi2YpXzXPWnJKx8F0OeiAJw7PSfi00g_MYg5Sq1RaalaY9KFTdKQDZ-dcx_uogx90ULUQhRCHa_NWFCdT39H3TJVCB14EJsJ3bPBYYeN8mAMuJPGMPzRd3ZDVUZFfg9bZPsTG6ypYk/s400/maos.jpg" width="400" height="290" data-original-width="391" data-original-height="283" /></a></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-46350320210312595322019-10-10T17:03:00.005+01:002023-11-11T21:12:25.405+00:00Esta noite é nossa...<div align=justify>Com uma pequena mala, ambos se dirigem à residencial onde iriam passar a noite. Nada mais era necessário senão a presença um do outro. Enquanto ele retirava o que iriam vestir nessa noite, de somenos importância pois acabavam sempre da mesma forma… nus, ela dirigiu-se à casa de banho.
<br /><br />
Pelo vidro martelado, ele via a água a deslizar pelo seu corpo. Ela tinha as mãos no cabelo, colocando o peito em evidência.
<br /><br />
Abriu a porta do chuveiro lentamente. Enlaçou-a nos seus braços. Ela não contava com ele ali pois tinha os olhos fechados sentindo o calor da água no cabelo, no peito e o champô indo em direção ao vértice das suas pernas. Os corpos juntaram-se. Os lábios tocaram-se repetidas vezes. O cabelo molhado sobre os seus ombros, desenhava as curvas do seu rosto.
<br /><br />
Os olhos brilhavam e, com a água a correr, fizeram amor. Um amor profundo, um amor de quem ama e não de um amor passageiro, como se aqueles meses que passaram desde que se conheceram pela primeira vez, de nada valessem.
<br /><br />
Cansados mas não extenuados, dirigiram-se para a cama. E, nessa noite, voltaram a fazer amor como se não houvesse amanhã.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm4U-gqUTj_xnioHVoIFSfBtnJT4mm7foM2zegN5indhr7Pgdlor1IEu60bmm_dkyHTodPWxyCyyWGa8pkRDQ-824jY3ZaLtGqsGQXdWhuBvAiGJzZHPbWejk_Psa1VWWkP4x1vhsMP-k/s1600/7ad26030488e407e853be224c6d010a8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm4U-gqUTj_xnioHVoIFSfBtnJT4mm7foM2zegN5indhr7Pgdlor1IEu60bmm_dkyHTodPWxyCyyWGa8pkRDQ-824jY3ZaLtGqsGQXdWhuBvAiGJzZHPbWejk_Psa1VWWkP4x1vhsMP-k/s640/7ad26030488e407e853be224c6d010a8.jpg" width="427" height="640" data-original-width="467" data-original-height="700" /></a></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-26481381408239023242019-08-09T16:50:00.003+01:002023-07-31T17:08:44.987+01:00Amar de verdade é...<div align=justify>Amar, é o que a pessoa representa na sua totalidade e não parcialmente. <br />
<br />
Amar, é o que essa pessoa pode dar: o seu amor incondicional. <br />
<br />
Amar, é ver nos seus olhos centelhas luminosas de duas estrelas que brilham como os dele(a). <br />
<br />
Amar, é entrega sem outro pensamento que não seja... viver o momento. <br />
<br />
Amar, é amar quem nos ama. Sentir o prazer do amor é uma dádiva que não se pode desperdiçar. <br />
<br />
Amar é o mais importante, tudo o resto é irrelevante. <br />
<br />
Amar, é dar tudo sem nada pedir. <br />
<br />
Se os olhos choram de saudade, é porque têm saudade da pessoa que ama. Quem não tem saudade, quem não chora, não ama, são devaneios e nada mais.</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSEJEMaU4nPCCpRLw5kz3t_8WPwYMBC-Ou38oFGbBBEhNvVt15LZHbSOztdtKyncIpv_IwKd506GNlkTer-d5ZoYu9hcR0zWDs0eURcEK8EU4MKBH-m5jcTIVVD612s1JdyLsfvCD7fd0/s1600/amar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSEJEMaU4nPCCpRLw5kz3t_8WPwYMBC-Ou38oFGbBBEhNvVt15LZHbSOztdtKyncIpv_IwKd506GNlkTer-d5ZoYu9hcR0zWDs0eURcEK8EU4MKBH-m5jcTIVVD612s1JdyLsfvCD7fd0/s640/amar.jpg" width="450" data-original-width="400" data-original-height="524" /></a></div><br />
Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-13718468003411568112019-08-01T15:18:00.002+01:002023-11-28T11:54:17.118+00:00O primeiro beijo<div align=justify>As palavras são demais para definir o que se passou entre eles. O amor e carinho foram muito importantes para sentirem que para além do que os separa, havia muito que os aproxima, e isso viram nos olhos, no calor dos lábios, no afagar das mãos, no encontro dos peitos, no abraçar como pedindo que o mesmo fosse eterno, e isso era o amor que os unia. <br />
<br />
O receio inicial, o de pensar que no primeiro encontro se dariam dois beijos na face, quando o que desejavam era um beijo nos lábios. E isso aconteceu. O dar a mão e o seguirem juntos, era como se conhecessem desde sempre. <br />
<br />
Sentaram e abraçaram-se indiferentes a quem lá estava, a quem por lá passava, unidos no mesmo desejo.<br />
<br />
Os olhos dela, eram vaga-lumes perscrutando os olhos dele como querendo ver o seu interior. As suas bocas uniam-se vezes sem fim. As línguas envolviam-se num maravilhoso compasso. As mãos no regaço, com as dele entre elas, moviam-se suavemente. Ele mexia no seu cabelo, como se o afagar tivesse o condão de o prender, de não o largar mais, até que as suas bocas se voltassem a unir. <br />
<br />
O tempo parou. Estiveram ali como se o tempo não existisse mas, o tempo, infelizmente, existe e tinha chegado a altura de se separarem. Foi devagar que o fizeram, aproveitando o tempo restante, como se não houvesse passado, como se não houvesse futuro, apenas o momento.<br />
<br />
Foi numa manhã linda. Uma manhã que foi o início do que já vinham desejando há muito e agora realizado. Nessa manhã, deram o seu primeiro beijo, num banco de jardim. </div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhON7jcrxSkGGh_QPmftkiZKUY9UnvC_lKT-DEfxATI1M7v9TPSI-3Mhs2-ygBlok4qLdC-E6sqL-kEdWJ-5Gj1GqnzL9I1O_IMi_TGPA57MSFUCYsWTOB7y0-LL1nl-K_-lfLVgsiYYqs/s1600/banco_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhON7jcrxSkGGh_QPmftkiZKUY9UnvC_lKT-DEfxATI1M7v9TPSI-3Mhs2-ygBlok4qLdC-E6sqL-kEdWJ-5Gj1GqnzL9I1O_IMi_TGPA57MSFUCYsWTOB7y0-LL1nl-K_-lfLVgsiYYqs/s400/banco_1.jpg" width="450" data-original-width="585" data-original-height="749" /></a></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-65954599859197428472019-07-02T16:38:00.015+01:002023-11-28T12:35:23.929+00:00Palavras Sussurradas<div align=justify>Ele percorre aquela serra onde ao longe se ouve o mar. O céu, carregado, traz uma certa melancolia ao lugar. Olha o horizonte onde as nuvens se misturam com as águas numa amálgama de cinzentos como se o mundo começasse e acabasse ali.
<br />
<br />
Segue pelo piso escorregadio e, de repente, uma figura de mulher se lhe atravessa no caminho. Olha para aquele rosto e um sorriso surge como iluminando o dia. O seu coração bate com força. Saído de uma relação que lhe destroçou e fazendo isso parte de um passado já longínquo, não estava a fim de ter nova paixão.
<br />
<br />
No entanto, algo lhe dizia que não seria fácil esquecer aquele sorriso. Os olhos que viu eram estrelas, parecendo que o céu tinha descido à terra. Ela não se apercebe da atrapalhação dele quando começaram a conversar. Seguiram o mesmo percurso até que se separaram. Ela ficou e ele esperando que ela viesse, seguiu o caminho, alvoraçado, sempre olhando para trás. Não sabia a razão porque gostara tanto daquela mulher quando a viu. Mas o que não tem explicação explicado está. O destino tem destas coisas.
<br />
<br />
Deita-se. Os olhos vão-se fechando lentamente. Uma figura surge no seu sonho, é ela. Como se não houvesse espaço a separá-los, vê-a junto a si. Os seus olhos fitam-se como sempre se tivessem visto. O cabelo cai-lhe sobre o rosto. Linda! As suas mãos cruzam-se, os lábios aproximam-se e tocam-se num beijo apaixonado. A mão dele percorre o seu corpo, retirando peça a peça a roupa que a encobre. A sua pele vai arrepiando a cada passagem. Pousa a mão nos seus seios, sente a rigidez dos seus mamilos e beija-os sentindo o arfar do seu peito. Sussurra-lhe ao ouvido palavras de amor. O corpo estremece. <br />
<br />
Beija-lhe os cabelos, os olhos, os lábios e vai descendo até sentir a humidade do seu sexo. Ela enlaça-o, ambos procuram saciar o desejo. Ele sussurra: "Sinto o teu prazer e gosto que faças amor comigo. Sinto o teu cheiro e fico inebriado. Vem amor, és toda minha e eu sou todo teu, tu estás em mim e eu estou em ti".<br />
<br />
Os corpos explodem de prazer em sintonia perfeita.<br />
<br />
Fitam-se e, abraçados, adormecem profundamente.
<br /><br /></div>
<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLHNSE9IQBBSXBdFVRsGqs9YKqwDD7dvXXhkK8Tnvj3-mBxYD5inWeUexsycbrOIuk0TMMMHzLfpqxw2h6KBzxiRlTML5If127HOzHVbpwJQIHZAk6joVYRoY8PZ1u1jYLjFc8Kfkl7nE/s640/casal-1.jpg"></center><br />
Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-71307576217198870942018-11-22T13:06:00.001+00:002023-11-28T12:25:50.767+00:00Mesa de Café<div align=justify>Ele olhava pela janela do café. Gente igual a tanta gente. De vez em quando, deitava o olhar sobre o jornal, mas nada de interesse lhe prendia a atenção. Parecia alheio a tudo e a todos.<br />
<br />
Levanta a cabeça e vê-a. Os seus olhares se cruzam como se fosse a coisa mais natural do mundo. Mas não foi. Sentiu naquele olhar algo mais que um simples olhar. Levantou-se e dirigiu-se para a mesa onde um cheiro de mulher lhe adoçava os sentidos. Pega na mão dela e junta-a às suas.<br />
<br />
Inicialmente sente um certo retraimento, mas aquele mesmo gesto parecia que já tinha sido feito há muito tempo e que, afinal, aquelas mãos já se conheciam de outras eras.<br />
<br />
Lá fora, o frio de novembro apressava os passos de quem, ao fim do dia, se dirigia para casa.<br />
<br />
Olhos nos olhos, mãos nas mãos, só eles não tinham pressa, como desejando que aquele momento fosse eterno.<br />
<br />
Mas nada é eterno!</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh-kaa4fHuDZplBzAoINz8YATFp0sVeoxeIy0-sDhrfEOiTdBLb_-bvltEMGybxqQdVgapj1gTS76MjLtmmKvFbWY_g9LVXPSDViZZP7O_HS9_PsA0PP6pNHShrblH4WDPqCV-_c4dbjA/s1600/cafe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh-kaa4fHuDZplBzAoINz8YATFp0sVeoxeIy0-sDhrfEOiTdBLb_-bvltEMGybxqQdVgapj1gTS76MjLtmmKvFbWY_g9LVXPSDViZZP7O_HS9_PsA0PP6pNHShrblH4WDPqCV-_c4dbjA/s640/cafe.jpg" width="450" data-original-width="626" data-original-height="361" /></a></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-20645825983780250532018-09-17T19:07:00.002+01:002023-11-28T12:26:05.622+00:00O Falo(tema dedicado a São Rosas)<br />
<br />
<div align=justify>Passava longas noites acordada. Algo tinha mexido com o seu espírito, com o seu estado de alma. Não sabia a razão porque acordava com pensamentos lúbricos, como se algo lhe faltasse naquela relação a dois que mantinha com homem que a seu lado dormia. O sonho era sempre com algo grande, algo que a penetrasse, que a rasgasse, não como antecâmara da morte, mas sim como o prazer da vida.<br />
<br />
Na praia olhava para os outros homens. Mirava os casais e a atrapalhação de alguns machos quando o seu corpo roçava nem que fosse ao de leve, com aquelas formas estonteantes que se encostavam ao seu corpo. Elas ou se apercebiam do facto e olhando sorriam como brincando com a sua masculinidade ou, na maior parte das vezes, nem disso se apercebiam.<br />
<br />
As ondas iam e vinham. Ora grandes, ora pequenas. O seu olhar deambulava por aquelas falésias perigosas onde as pessoas sem terem noção disso, ali procuravam sombra. Quando um dia cair um pedregulho em cima, terão a sombra completa.<br />
<br />
O corpo a seu lado, dormitava. Levantou-se, olhou para o mar. Algures a Atlântida tinha-se afundado mas, no seu interior, as Amazonas continuavam a fazer dessa Atlântida o seu paraíso. A chefe guerreira, procurava homens para a satisfazer durante o tempo que lhe durasse o desejo do libido, e quando deles se cansava, seria mais um a fazer parte de um silo incrustado na parede, onde, empalhados, outros homens ali jaziam.<br />
<br />
Sentia-se uma delas, guerreira e rebelde. Só num dos casos era bom não o ser, não se estava a ver com um seio direito mutilado para melhor uso do arco e da lança. Que Ártemis lhe perdoasse, mas isso nunca seria capaz de o fazer.<br />
<br />
Os seus passos dirigiam-se abstratos da Praia dos 3 Castelos em direção à praia do Alemão. Ia São Rosas absorta nos seus pensamentos quando, olhando para uma falésia, viu o seu sonho ali bem vincado. Um grande falo estava em frente dos seus olhos. Por ali tinha passado numa deambulação anterior e essa imagem tinha-lhe ficado gravado inconscientemente no seu cérebro. Nunca tinha visto uma coisa assim e nunca iria ver. Coisas da natureza que dão imagens destas, que cada um interpreta à sua maneira ou não interpreta de maneira nenhuma.<br />
<br />
Contemplou mais uma vez o seu "sonho" e, devagarinho como se não quisesse desfazer-se dele, voltou para trás. Deitou-se ao lado do homem que ainda dormitava e, colocando-lhe o braço por cima, agradeceu o facto de ele ter algo mais pequenino mas, que no fundo, fazia parte da sua felicidade.<br />
<br />
Os olhos fecharam-se e nada mais veio perturbar o seu espírito.</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7F_6Loik7ZDgPHFCImHXFtwpU0iP46IOA7Mwg-EaFWxjlw4jNpUC2hgHlnrgSpC2dwoKLjohrtujwR2Zn_YOxMZpnzc16F6uaRWPjOMqzjdJ21SxDrqEpQKMrc-44OgGjOrEGmwh9ZCQ/s1600/O_falo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7F_6Loik7ZDgPHFCImHXFtwpU0iP46IOA7Mwg-EaFWxjlw4jNpUC2hgHlnrgSpC2dwoKLjohrtujwR2Zn_YOxMZpnzc16F6uaRWPjOMqzjdJ21SxDrqEpQKMrc-44OgGjOrEGmwh9ZCQ/s640/O_falo.jpg" width="450" data-original-width="460" data-original-height="640" /></a></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-83284149008628884582017-09-02T10:36:00.003+01:002023-12-01T21:24:40.085+00:00NÃO SEI O QUE HÁ EM MIM
Chove! <br />
Será que chove tanto assim, <br />
Ou serão lágrimas de mim?! <br />
Quero calçar os ténis, <br />
Correr por essas estradas sem fim, <br />
Mas não consigo, <br />
Não sei o que há em mim.<br />
Desfaleço <br />
Quando antes me lançava <br />
Hoje, espero que pare <br />
Estremeço <br />
Mas a chuva sempre foi assim <br />
Mais forte, mais meiga <br />
Nunca me travava <br />
Agora olho <br />
E fico <br />
Não sei o que há em mim!<br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgofXFbMc_M0tyTy15l4ORKaSAP6vrPEgEWiQXT8vZikoYhjaZS2S-T6MJ2zS0Vn-y5FkKPX2UzXkrC9n_QV04RLoTRq0LTvC6c7yJdtKZZVQVvWkozUBYdvDTEDlqwOsGrmHgB5Ni0ma-L1tSoBRkcPiLSJHXiOoWfXKewcRl-Fmtj0830YKlLUMgLWiA/s1024/IMG_20231121_233638.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="400" data-original-height="1024" data-original-width="768" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgofXFbMc_M0tyTy15l4ORKaSAP6vrPEgEWiQXT8vZikoYhjaZS2S-T6MJ2zS0Vn-y5FkKPX2UzXkrC9n_QV04RLoTRq0LTvC6c7yJdtKZZVQVvWkozUBYdvDTEDlqwOsGrmHgB5Ni0ma-L1tSoBRkcPiLSJHXiOoWfXKewcRl-Fmtj0830YKlLUMgLWiA/s400/IMG_20231121_233638.jpg"/></a></div>
Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-46996309365296571512015-12-14T02:45:00.004+00:002023-11-28T11:55:44.908+00:00O Despertar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJMrLHKcteFwRJ5WMaKNRFiUaK5IliSQDYpz_vL6_IHA6NgXLGobqcIioUwN5sKmOexA7E_cUC5bVLpOnm51zMM1FUxH5K0sWZT4wxxQiW_ER2PwLzhQHMV_zd-ZvhpliKfln_gDcTlj8/s1600/1013519_596807013698084_1308765774_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJMrLHKcteFwRJ5WMaKNRFiUaK5IliSQDYpz_vL6_IHA6NgXLGobqcIioUwN5sKmOexA7E_cUC5bVLpOnm51zMM1FUxH5K0sWZT4wxxQiW_ER2PwLzhQHMV_zd-ZvhpliKfln_gDcTlj8/s1600/1013519_596807013698084_1308765774_n.jpg" data-original-width="450" data-original-height="450" /></a></div><br />
<br />
<div align=justify> Entrei a medo. Uma lamparina iluminava vagamente o interior mostrando uma pequena cómoda e pouco mais. Na parede uma imagem protectora. <br />
<br />
Olhei para ti. Deitada na esteira, aguardavas-me como se esse acto fizesse parte do teu dia a dia. Confesso que bebi um pouco para ter a coragem suficiente para te bater à porta. Cá fora, o bulício próprio das noites quentes de África, homens procuravam mais uma noite de prazer. <br />
<br />
De vez em quando gritos ecoavam, uma mão caía com força na cara de uma mulher obrigando-a a prostituir-se para os seus vícios. <br />
<br />
Em cada porta havia um corpo desgastado pelo tempo aguardando que um olhar se voltasse para ele a fim de que mais uma migalha de pão pudesse ser tragado pelo candengue que na escuridão da cubata a tudo assistia. <br />
<br />
Mas tu não, aguardavas-me silenciosa perscrutando-me com os teus olhos negros. Sinto que sorriste ao de leve ao sentires a minha atrapalhação. Fizeste-me sinal para me sentar a teu lado. <br />
<br />
Deslizaste a mão suavemente pelo meu corpo suado. Corpo imberbe ainda, onde aqui e ali um pequeno tufo de pelos anunciava o fim do adolescente e o principio do homem. <br />
<br />
No meu jeito desastrado, como a descobrir a essência do corpo de uma mulher, procurei corresponder mas, os sentidos nublados pelo etílico inibia-me o gesto, o movimento e, a mão, quedou-se nos teus peitos hirtos. <br />
<br />
Pouco a pouco foste-me retirando cada peça de roupa, o teu corpo de corça enroscou-se no meu, os sentidos foram despertando lentamente como se a fronteira existente entre o adolescente e o homem fosse um pequeno abismo que tivesse que ser transporto não de um salto mas sim, como se tivesse que contornar cada obstáculo, devagar, devagarinho saboreando ao máximo o abandono do corpo de menino. <br />
<br />
Depois o êxtase, o clímax, deitado a teu lado, o meu corpo de homem abraçou o teu cor de ébano e adormecemos profundamente.</div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-33891229518333751322015-05-14T01:47:00.000+01:002023-11-28T12:26:44.338+00:00Esta Noite<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="20" src="https://www.youtube.com/embed/EUpGy20xVv4" width="150"></iframe><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5FPKCOsSsYBapXLfCLC-KbWQbug50Mryd9WM55x2H-sC2-yDNE7F_ivixOtZEk9PAUF0N7xkw-gVSi2vzCmFEPJnrtauVls8hP4E6eRB52ZuFxyrMdFaFeOHHUPg-ok_YbbNk0QV9b1w/s1600/ENoite.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5FPKCOsSsYBapXLfCLC-KbWQbug50Mryd9WM55x2H-sC2-yDNE7F_ivixOtZEk9PAUF0N7xkw-gVSi2vzCmFEPJnrtauVls8hP4E6eRB52ZuFxyrMdFaFeOHHUPg-ok_YbbNk0QV9b1w/s400/ENoite.jpg"></a></div><br />
Esta noite<br />
no silêncio destas paredes sombrias<br />
cheias de palavras consumidas<br />
a lua dança com gestos de encantamento<br />
e as estrelas sorriem de prazer <br />
<br />
Esta noite<br />
invento-te nesta distância magoada <br />
onde as palavras repousam<br />
nos lábios ausentes que riem e se alimentam<br />
de sabores sonhados <br />
<br />
Esta noite<br />
arde uma fogueira de nostalgia<br />
e o mistério absorvente da tua luz<br />
entra em mim mansamente <br />
<br />
Aqui<br />
longe de ti e de tudo<br />
sinto-me bem dentro de ti<br />
e deixo-me ficar <br />
<br />
<i>António Sem</i>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-21335276481607216032014-05-13T06:12:00.004+01:002023-11-28T12:27:09.855+00:00Detalhes<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYR6qm1dvxBi3U3HzKF1l4iU4BALidzNWzd2KmygjyKkjQfW2VQopxA-z2syCLT8FdV_ynPtrFqyUup_-rEBt2v4RI6OQueBSscmvsa6icYPTJ7IluNHuT4HW-lpEYVWROSUwobr3W2wE/s1600/a.png"><br />
<br />
Quando te vi<br />
cofiei a minha rala barba<br />
recordando sonhos do passado<br />
quando a roçava no teu corpo<br />
e um frémito te percorria<br />
como se nada mais houvesse<br />
senão nós dois unidos<br />
no prazer da carne.<br />
<br />
Quando te vi<br />
lembrei-me que de nada serviu<br />
todas essas entregas,<br />
da barba mal feita<br />
da força dos sentidos<br />
do amor nas giestas.<br />
<br />
Quando te vi<br />
tu já não existias<br />
eras miragem<br />
das noites de luar<br />
de um tempo que se foi.<br />
<br />
Agora que não te vejo<br />
de ti só me restam…<br />
pequenos detalhes!</center>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-68146486682707373492014-03-10T05:05:00.003+00:002023-11-28T12:27:39.004+00:00Renascer...<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgedRNBEXfUPg0P8LoTMaDa98zVxr1J_DJysk4wch5sJyS4nGnbXkV985ptWO2egZms1F1pIqfnbFrgsHlcd6dMiSKdmVQcfRdStkDt3QTQT3OmS_dgsMEL1RgIgwoErv616-XVFvBFSqc/s1600/petalas.jpg" /></center><br />
<br />
<div align=justify>Está a chegar a alegria da cor. A natureza vai-se transformando. Os rebentos das sementes cresceram e deram lugar a caules coroados por flores.
<br />
<br />
Os cardos deixaram de ser pardacentos e abriram-se numa multiplicidade de coroas violetas.
<br />
<br />
As crisálidas estão na última fase de maturação. Dentro de poucos dias, milhares de imagos emergirão das suas entranhas e, esvoaçando, entrarão no frenesim da procriação.
<br />
<br />
A Primavera é vida que renasce e, com ela, renascemos nós!</div>
Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-85785970161711820342013-09-23T03:17:00.003+01:002023-12-09T11:36:50.824+00:00História de um Cavalo Triste<div align=justify>
Este cavalo já foi grande. As luzes da ribalta centravam-se no seu porte majestoso, no seu cavalgar imperial e no seu trotar em compasso com as músicas de grandes clássicos, desde Schubert a Chopin. Fazia as delícias da garotada com a sua pelagem bem tratada. A sua crina enfeitada fazia-o inchar de orgulho. Era um esbelto e belo cavalo. <br><br>
Os anos foram passando, as luzes foram-se apagando e ele foi envelhecendo. Já não era o que tinha sido. Mas mantinha a postura, orgulhoso de si mesmo pelo que fora, pelas pessoas que tinha deixado felizes e pelo percurso da sua vida.<br><br>
Um dia, venderam-no e passou a puxar carroças. Enquanto nos seus tempos áureos o chicote de quem o tinha simbolizava um gesto nunca cometido, agora um outro chicote fustigava-o para ser mais presto no andar.<br><br>
Aproximei-me deste cavalo. Magro, com as costelas à mostra, tentava comer a erva que despontava naquele terreno junto a um ribeiro de água pouco recomendável. Não havia feno que lhe enchesse o corpo, que lhe cobrisse os ossos, que lhe desse a dignidade nunca perdida, mas esmorecida pela triste vida que levava. De um jovem garboso, restava um velho não acarinhado. Só lhe restava esperar pelo fim da vida.<br><br>
Deixou-me chegar ao pé dele. Virou a cabeça para mim e olhámo-nos nos olhos. Contemplámo-nos por instantes e pensei ver uma lágrima a escorrer-lhe pelo rosto.<br><br>
𝗔 𝗺𝗼𝗿𝗮𝗹 𝗱𝗮 𝗵𝗶𝘀𝘁ó𝗿𝗶𝗮: a vida é imprevisível e pode mudar drasticamente num ápice. O cavalo, que já foi um símbolo de beleza e majestade, acabou sendo vendido e forçado a puxar carroças. A história nos ensina a valorizar o presente e a não subestimar as coisas que temos, pois elas podem ser perdidas a qualquer momento. Além disso, a história nos lembra que a vida é preciosa e que devemos tratar todos os seres vivos com respeito e compaixão.</div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCR9_1o4shTR2-4HZth__716cfLS8iq-XI_Mpwjxnlj0a2pzNMsLH3BDedcHU68HJ0-VeWd57VofqP7aqxH2zZ4543gbdKHZSly0IZn6CcIqkU1ImCgLGQJtGS5utllkg4IGgGe9S03Yc02hHFKHkudKOWuQTbf3YQUbgSvflo8j5sXDTX6DMDMNRFi_w/s1024/IMG_20231209_100258.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="400" data-original-height="1024" data-original-width="768" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCR9_1o4shTR2-4HZth__716cfLS8iq-XI_Mpwjxnlj0a2pzNMsLH3BDedcHU68HJ0-VeWd57VofqP7aqxH2zZ4543gbdKHZSly0IZn6CcIqkU1ImCgLGQJtGS5utllkg4IGgGe9S03Yc02hHFKHkudKOWuQTbf3YQUbgSvflo8j5sXDTX6DMDMNRFi_w/s400/IMG_20231209_100258.jpg"/></a></div>
Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-29215888838364907852013-09-12T16:52:00.003+01:002023-11-28T12:27:56.423+00:00"História de uma Borboleta"<div align=justify>Ontem tinha-a visto. Ficámos pelas intenções e marcámos um novo encontro para hoje. Subo ao pinhal. As cigarras fazem o barulho característico de um dia quente de verão. Da borboleta nada. Talvez se tivesse esquecido do encontro marcado.
<br /><br />
Sigo em frente, tentando reparar se alguma das que esvoaçavam à minha volta era ela. De repente olho e ali a vejo, olhando para mim. Sento-me a seu lado e estendo-lhe o dedo. De início pousou uma patinha com receio. Depois outra e mais outra e ficou ali comigo durante um tempo, olhando o horizonte. Pousei-a de novo e segui para descarregar as emoções daquele momento. Nunca tinha tido uma borboleta tão perto.
<br /><br />
Aqui e ali, libélulas iam pousando de haste em haste. Regressei ao local do encontro. Ela ainda ali estava. Pousou perto de mim. Voltei a pegar nela e aproximei-a como a querer-lhe dar um beijo fugidio. E, por outros breves momentos, ali ficámos, olhando a floresta que nos fitava, abençoando esta união entre mim e a natureza.
<br /><br />
Saí dali ciente de que estava bem comigo e, estando bem comigo, estava de bem com o mundo!
<br />
<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3VmpycwYl_B6mUB7bt3nvICUUf0veeUjE3tJi9_52Dd8xLYbfbumGV0ZaF0Qe_pHUjxZnapnjsbbdTbjrCCn06cJShjqcSaY8ijstDSCyuQS-Rg6bosyvRXRRDvjMqYGnh6oIhFU8aEY/s640/P1010609_1.JPG"></center></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-88560744678730434462013-09-10T16:42:00.004+01:002023-11-28T12:28:07.834+00:00"História de um Amor de Verão"<div align=justify>Ele deambulava ao acaso no areal daquelas dunas. Aqui e ali ia parando, procurando um cheiro que lhe despertasse o sentimento, que lhe trouxesse a razão do bater do coração, a sensação do prazer, a sensação do amor.
<br />
<br />
Seguia o seu curso sem nada lhe mexer com a alma, sem sentir o frenesim do corpo, sem nada que lhe atrapalhasse o passo.
<br />
<br />
Sentiu-se levitar. Algo pegara nele e o levara pelo ar, sentindo a maresia que ali lhe chegava, vinda daquelas águas que se viam ao longe. Para onde lhe levaria esse “voar”, ele que estava habituado a sentir o formigueiro da areia, de ver os rastos deixados por outros que antes por ali tinham passado, ia ele voando sem dar às asas. Eis que pousou e viu-a. Num preto brilhante, ela ali estava.
<br />
<br />
Não esperou mais que um breve momento para sentir aquele corpo debaixo do seu e possuí-la naquela duna. Colou o seu corpo ao dela. Estremeceu como se todo o seu ser se resumisse a essa paixão. De repente sentiu que ela enfiava a cabeça na areia e o fazia escorregar. Tentou um equilíbrio para continuar o jogo do amor. Mas nada havia a fazer, ela esquecera-se rapidamente do bom momento passado. Terminara o seu ciclo. Estava na hora de partir. Tinha acabado o seu tempo, o tempo tinha acabado.
<br />
<br />
Olhou pela última vez o corpo roliço, deu meia-volta e seguiu o seu caminho. Era o fim daquele longo amor de verão!<br />
<br />
Outros verões virão!
<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZGu_YIpRJO7QA2oap4eqOI9nCu2xvU-1g0pmrs-5RxhjF6hno2FfyF3U7vJtjUqa0OohhRNicroicdj2Da5zDGW9bd7F4tu1JKYcHgKwRBcF1JzKWI4gAoP5jUjcVggpFMVQCraKFTfE/s400/Dunas.JPG" /></center></div>
Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-32420325816198290802012-10-13T03:32:00.003+01:002023-11-28T12:28:21.195+00:00O Lobo Solitário<center><font face="Monotype Corsiva" size="2">Tema dedicado ao amigo Albisio Fernandes Magalhaes</font></center><center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3TskcZh4ZPKLFnasszv1j0IEc3IDGh2FRQIt34GIYRdldf_NhPCLwDn4X_WX6WFYmpT1vat8BLjGOdQNKcS4chwySBXup_FhSDANLDTemBK-oF_szfS3y3B1rQLwRnYMOEMjNjozTnZY/s400/Lobos.jpg"></center><br />
<div align=justify>Ele era o único da ninhada de três que tinha o pelo preto. O seu irmão e irmã eram iguais a tantos outros lobinhos nascidos naquela alcateia. Cresceu e, como todos, foi aprendendo com a brincadeira o que lhe estava reservado para o futuro. Mas ele era diferente. Afastava-se da segurança que o grupo lhe oferecia e explorava as cercanias, penetrando cada vez mais na floresta ou na estepe que no inverno se cobria de neve, obrigando a alcateia a percorrer longas distâncias para novas pastagens.
<br /><br />
Formada por muitos indivíduos, a alcateia manteve o seu território afastado de outras alcateias que, de vez em quando, atacavam na tentativa de ocupação. Até que uma doença foi dizimando o grupo. Enfraquecidos, não conseguiram resistir a uma nova investida de um grupo mais numeroso e tiveram que fugir, deixando para trás o seu líder morto.
<br /><br />
O lobo preto não seguiu com o grupo. Tinha chegado a hora dele partir e encontrar uma nova alcateia para poder acasalar.
<br /><br />
Ao acaso foi percorrendo a estepe já com o seu manto branco. Um som chegou-lhe aos ouvidos, o som de outros lobos. Aproximou-se e tentou integrar-se no grupo. Para isso o líder tinha que dar permissão, o que não aconteceu. O lobo afastou-se mas foi seguindo o grupo de longe e foi acasalando com as várias fêmeas que se lhe aproximavam à revelia do resto da alcateia. Mas ele cansou-se deste jogo e seguiu solitariamente para outras paragens. Encontrou uma nova alcateia e desta vez foi aceite. O líder já velho não via nele uma ameaça e o lobo preto também não estava interessado nisso. Foi acasalando e dando novas ninhadas, aumentando a alcateia. Um novo elemento chegou e ascendeu à liderança, era o irmão que ali tinha vindo parar, o lobo preto continuou a ser mais um entre tantos.
<br /><br />
O grupo já era numeroso e com o irmão a liderar, rumaram ao território de onde tinham sido expulsos. O doce sabor da vingança!
<br /><br />
Nessa luta o irmão morreu e, o lobo preto, sem o querer, passou a liderar. Durante anos defendeu o território de outras investidas. Por vezes isolava-se, procurando no ventre da floresta um tempo para ele, no meio de tudo, no centro do nada.
<br /><br />
A prole aumentou, a alcateia estava no máximo da sua força. Foi envelhecendo.
<br /><br />
Um lobo solitário aproximou-se como ele o fizera anos antes. O velho lobo preto olhou para aquele jovem lobo, devagar virou costas e desapareceu na floresta. Tinha chegado o fim do seu tempo. Nunca mais foi visto!
<br />
<br />
<font face="Monotype Corsiva" size="2">Tema baseado numa série documental da National Geographic</font></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-33530481110625355362011-04-18T06:09:00.019+01:002023-11-28T12:29:09.392+00:00Para Além dos Tempos<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvJyNBrTkWZKaPME8WtvF1n8OAhcHVB4eFoXFlSejtIgwfDkTvmLu08qpsGK479-Nx_D5pbOfde4yi1FNyet_hC-5EDwewuKfiVg0DtCilWQ8KgvDGv6j8TFPZ2Cwrl2gjz5MfEnGud60/s1600/OGato.jpg" /></center><br />
<div align=justify>Ele morava no último andar de um prédio isolado de todos os outros. Perguntava-se como seriam os da sua espécie. Nunca vira nenhum. Nem ele sabia quem era. Muito pequenino fora para ali e ali crescera. Subia ao telhado e andava em redor, dali não podia sair, quatro cantos, quatro abismos.<br />
<br />
À noite sentava-se no telhado e observava a lua, tentando perceber como é que tão grande bola se segurava no espaço. De repente viu-a. De peito branco, numa das pontas do prédio, olhava para ele. Que bicho era aquele? Nunca conhecera outro animal senão ele próprio naquele telhado e eis que ali estava um estranho. Curioso aproximou-se, mas de tão perto ficou que aquela coisa branca abriu as asas e voou sem antes lhe dar um som que ele nunca ouvira antes. Nem podia ter ouvido pois nunca ouvira outros sons que não fossem os seus.<br />
<br />
O seu coração batia freneticamente. Vira pela primeira vez um outro ser. Um ser alado que voara à sua frente num voo gracioso.<br />
<br />
Desceu e adormeceu, acordando várias vezes pensando ouvir o som que lhe ficara nos sentidos.<br />
<br />
Nos dias seguintes voltou ao telhado tentando vê-la. Nada, até parecia que tinha sido em sonho que tudo se tinha passado.<br />
<br />
Mais uma vez subira, aguardara e devagar ia descendo. Num canto viu-a de novo. Silenciosamente aproximaram-se. Fitaram-se nos olhos. Ele com as suas pupilas verticais de um azul/esverdeado, ela de olhos castanhos. Não sentiam medo um do outro, era como se se tivessem já conhecido noutras eras como seres iguais e não como agora.<br />
<br />
E ali ficaram horas, como se o ontem fosse hoje. Sabiam que nada mais podiam fazer. O destino fora amargo incorporando-os em espécies diferentes.<br />
<br />
E todos os dias ele subia e todos os dias ela voltava. Até que um dia ela não apareceu. A esse dia outros sucederam.<br />
<br />
Percorreu repetidamente o telhado de quatro cantos. Olhava desesperadamente à procura do seu vulto. Já não saiu do telhado, exausto, adormeceu. Acorda sobressaltado, um arrepio percorre-lhe o pelo lustroso, algo o fitava. Abre os olhos lentamente, à sua frente, pairando, ela ali estava. Mas a sua figura era uma figura etérea, resplandecente. Olhou-a como tantas vezes o fizera. Subiu para as suas asas e num voo para além dos tempos, a gaivota levou-o para uma outra dimensão, onde podiam voltar a amar como iguais, como acontecera no passado.</div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-28557821577294607742011-03-18T17:45:00.019+00:002023-11-28T12:29:11.934+00:00Amar na Praia<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNQX8QRuOZuaMDNqQ_NrYbac18ixQobGj_w3IZYqDAFT-AkPN4w6sJacFuRbLkHimjEENRZBuEjrRR5w1AKKk_M_i3kAQ2ILD7P1-_BlA4VyY0nWJB45Brq8Bo0-6IZKjY-3Gqv-CAVdo/s640/CPraia.gif"></center><br />
<div align=justify>Na praia estava pouca gente. O sol aquecia-lhe o corpo. Deitado, olhava para a mulher que, a seu lado, se deixava acariciar pelos raios solares e pela brisa que, de mansinho, soprava. Como era linda. O castanho dos mamilos apontados ao céu, fazia-se notar através do branco do biquíni. Na calcinha, quando molhada, o escuro da púbis sobressaía. <br />
<br />
Sentia nele o entumecer do sexo, procurava, sem que ela apercebesse, escavar um pouco de areia para que ficasse menos incómoda a situação e deixava-se ali ficar pensando em várias coisas, até que o desejo passasse. <br />
<br />
Ela levantou-se para ir a banhos e ele, atrapalhado, tentou disfarçar o embaraço colocando a mão em frente e, rapidamente, se dirigiu para a água fria. Lembrava-se que, quando garoto, a água fria era a solução ideal para arrefecer o desejo. <br />
<br />
Atira-se à água para que não se notasse a erecção, ela também mergulha. Ao levantar-se, o biquíni molhado cola-se-lhe ao corpo. A forma dos seios apresentavam-se nítidos como se nada houvesse a tapar-lhes. <br />
<br />
Olhou-o nos olhos, enlaçou as suas pernas na cintura dele, rodopiaram os corpos numa sintonia perfeita e, no mar, fizeram, pela primeira vez... Amor.</div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-21328514331004960682010-06-22T06:05:00.021+01:002023-11-28T12:29:15.630+00:00Um Prazer na Noite<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWyd0atbUNmDYaLFdcbDelDa1hHX_HK2LSHkoNuEmt7dkICSHp-OS7VihXxZlCEwon_nVQ8ZZYn-3MaWWim1iWfKYUijOfPr73QABst18hU5HPxNVa5OYQ76J941JWKON-ZDU1nyg5rrA/s640/CafenaNoite.jpg" /></center><br />
<div align=justify>O carro aproximou-se da falésia. De mãos dadas contemplam as luzes que se estendem sob os seus olhares. Tinham deixado por instantes aquele seu mundo, o corrupio da grande cidade sempre com pressa de chegar a lado nenhum. Olharam para as estrelas, não para o lado das luzes da cidade que tudo escondia, mas em sentido contrário onde a escuridão era absoluta. Só as luzes do carro denunciavam as suas presenças. <br />
<br />
Ele passou-lhe a mão pelos ombros e aconchegou-a contra si. As suas bocas uniram-se num beijo apaixonado. Estavam sós naquele lugar! Aqui e ali cigarras batiam as asas freneticamente numa chamada para acasalamento. <br />
<br />
Uma brisa suave acariciava-lhe o rosto, trazendo-lhe o cheiro daquele cabelo de mulher que lhe embrenhava os sentidos, trazendo-lhe sensações de prazer. A sua mão foi descendo pelo cabelo sedoso, enquanto ia mordiscando ao de leve o lóbulo da orelha, passando em seguida os lábios pelo pescoço suavemente, sentindo um frémito percorrendo o corpo dela. Olhou no seu olhar e viu nele o desejo de fazer amor, naquele sítio, naquele lugar, tão perto e tão distante de todos. <br />
<br />
Recostou o banco para trás. Retirou-lhe as alças do vestido e o peito ficou-lhe a descoberto. Foi acariciando enquanto se desfaziam do resto da roupa. Movimentavam-se na procura de uma melhor posição para que a busca do prazer final não fosse dificultado por entraves de outra ordem que não aquele em que ambos os corpos se empenhavam. <br />
<br />
De repente ele ouve um pequeno riso da parte dela. Curioso pergunta-lhe a razão disso. Sabendo que não tinha caído bem naquele momento esse seu riso, responde-lhe que a oscilação do carro que estava a sentir só em filmes é que tinha visto. Ele olha fixamente o rosto da mulher que estava por cima de si. Levanta-se, e veste-se. Enquanto isso ela olha-o espantada como a perguntar a razão dessa atitude. Diz-lhe para se vestir também, olha para as luzes da cidade, para as estrelas, gira a chave na ignição e, como se estivesse sozinho, vai de encontro ao seu mundo. Estava desejoso de um café, seria o seu prazer dessa noite ao som de uma bela música.</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgauuaNnlXxFfyMWy4Tht8CGil0nWgNxdoi-Iy3UaI9xWK-JWmWDFzEOVnxxiBu2OKGyD1GQa3eXfNI_zbEy0qwhZgm7wJHTafmXiwjajeqvON-q_YV1tQS49bfmm9hW_Ar2VCJj7JsURs/s1600/cafe1.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgauuaNnlXxFfyMWy4Tht8CGil0nWgNxdoi-Iy3UaI9xWK-JWmWDFzEOVnxxiBu2OKGyD1GQa3eXfNI_zbEy0qwhZgm7wJHTafmXiwjajeqvON-q_YV1tQS49bfmm9hW_Ar2VCJj7JsURs/s1600/cafe1.gif" data-original-width="220" data-original-height="440" /></a></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-55078426862593022422010-04-08T20:17:00.016+01:002023-11-28T12:29:20.382+00:00Beijo Roubado<iframe width="150" height="50" src="https://www.youtube.com/embed/VIqq1XJNkBw?rel=0" frameborder="0" allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen></iframe><br />
<br />
<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguwMUyoPI1KWrvPzmW23ivBBefZDN23xcJ472c5Ozf-ToBKl5v-XAtZ9yyHlHn-OdALH3ZbnRCWjkEwpfAOJ4nXrMJcmWHZ993qd2FkwjCZGwgXq63xKFU7tzHioodlv4KxZUs5374niw/s400/Poppies_Little_girls_Boys_Two_Kiss_527772_1280x853.jpg"></center><br />
<div align=justify>Eles eram duas crianças. Cresciam e brincavam na inocência da idade. Ela e ele, ambos de cabelo loiro, corriam pelas vielas, saltavam os muros e iam juntos para a escola. Um dia, ele estava distraído no corredor da casa que partilhavam, quando ela passou, parou, deu-lhe um beijo e saiu a correr. Ele ficou surpreso e sem reação com aquele beijo roubado, pensando que algo não estava bem, que não fazia sentido aquilo que tinha acontecido. Aquilo era coisa de adultos e não de crianças como eles.<br />
<br />
Subiu ao andar de cima e entrou no quarto. Deitou-se pensando que estava só. Mas ela também lá estava. Ouviram-se vozes em baixo de quem os procurava, esconderam-se debaixo da cama e ali ficaram. As mãos tocaram-se, os corpos uniram-se mas sem outro contacto que não fosse o sentir da pele, pois ainda não havia neles mais nada do que isso. Eram ainda puros os sentimentos. As vozes estavam cada vez mais perto e eis que a colcha da cama que os escondia se levantou e uma cabeça espreitou. Mesmo sendo crianças, toda a nudez era castigada.<br />
<br />
Ele partiu tempos depois e foi sonhando com ela. Anos passados voltaram a encontrar-se, ela ainda tinha os cabelos loiros e filhos. Ele não lhe falou sobre esse beijo roubado de quando eram crianças, o tempo devia ter-lhe apagado da memória esse momento. Com um beijo na face, ele disse-lhe adeus e não mais voltou a vê-la.</div>
Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-25365416486832984732010-02-15T15:25:00.003+00:002023-11-28T12:19:13.587+00:00A Almofada<div align=justify>Entram no armazém. Por todo lado, artigos de toda a forma e feitio ocupam o espaço. Num saco, ela levava um edredão e uma almofada. Duas seriam demais. No meio daquela confusão, vão criando um espaço íntimo.<br />
<br />
Estendem o edredão, e vão colocando pequenas velas tealights nos locais superiores para darem um ar romântico ao local. Apagam a luz do armazém e, à luz das velas, deitados, dão lugar ao amor. A roupa, aos poucos, vai deixando de existir, desnudam-se os corpos. O amor é total. A luz mortiça das velas incendeia-lhes a paixão. Tudo vale no amor.<br />
<br />
Gotículas de suor caem do corpo dele sobre o dela. Encostada à parede, ele percorre cada curva do seu corpo e, ali, sente-a estremecer de volúpia, como querendo que aquele momento não tivesse fim.<br />
<br />
Voltam a deitar-se no edredão e continuam o jogo do amor.<br />
<br />
Não sabem a quantidade de vezes que atingem o clímax, nunca parecem saciados<br />
<br />
O calor era imenso, a almofada já molhada de tanto suor, estava ali a mais. Ela pega nela e atira-a para cima dos artigos armazenados. <br />
<br />
Abraçados, extenuado, descansam de tanta luxúria. Quase que adormecem, mas um cheiro a queimado começa a fazer-se sentir. Olham para o lugar para onde ela tinha atirado a almofada. Estava a começar a arder. Sorriram por tão insólita situação. A almofada tinha caído junto a uma das velas.<br />
<br />
Apagaram o pequeno incêndio, voltaram a deitar-se e adormeceram profundamente.<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwiHcg9CvTH0iQabcg4vfVfLns8HBYzzRDzeltGPiLKwTAi5LbGQA_VUGfhabogXMELRTEmnENrt6xhqt6ouQQkV0AbG0S18rDrebO5XIalLPyv1Kh8mQLmFEtYjYit999-3A_me2Ihqs/s1600/Damelume.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwiHcg9CvTH0iQabcg4vfVfLns8HBYzzRDzeltGPiLKwTAi5LbGQA_VUGfhabogXMELRTEmnENrt6xhqt6ouQQkV0AbG0S18rDrebO5XIalLPyv1Kh8mQLmFEtYjYit999-3A_me2Ihqs/s640/Damelume.png" width="450" data-original-width="588" data-original-height="734" /></a></div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-9889397891385424522010-01-04T18:25:00.011+00:002023-11-28T12:19:47.365+00:00Prazer Oculto<center><img border="0" width="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxuBLYVX5b4zbnc3ZN2z-TZoBFHQXTUVEtLLx4UZ4DALCnibiujfyJfVjrq8oEN9AOHCs1ShGrb-0oVkWry77Hrp0_lUnqaV2qYkAhmU0mZe4-fyL7vAjdRx3JEQYtRNV8_HdkQoVM2RQ/s1600/MironeParque.jpg" /></center><br />
<div align=justify>Não sabia o que o impelia todas as noites para aquele lugar. Sabia, é que não podia deixar de lá ir. Lá ao fundo, as luzes da Marginal alumiavam a baía onde os reflexos eram sulcos deixados naquele mar de Luanda.<br />
<br />
Deslocava-se a pé, como sempre o fazia. O silêncio ali era de oiro, não fosse espantar quem lá estava.<br />
<br />
Ao lado, o cinema Miramar transbordava de gente, assistindo a mais uma sessão, num dos mais lindos cinemas ao ar livre da cidade. <br />
<br />
Mas ali, no jardim onde ele estava, tudo era escuro. Devagar, aproximou-se do local onde ouvia uns gemidos lânguidos de rapariga. Atrás de uma moita, viu o casal. Não notaram a sua presença, fruto de muitos anos de experiência em observar os casais que ali se deslocavam pela calada da noite.<br />
<br />
Ela, de saia subida, era impelida contra o chão pelos movimentos pélvicos dele. Os seios erectos eram mordidos com impaciência, pois quanto mais era a sensação de serem descobertos mais a adrenalina se fazia sentir. Estavam a ser observados e não o sabiam.<br />
<br />
Ele observava aquela fúria sexual e sentia-se feliz. Desapertou a braguilha e deu-se a manipular o seu sexo, sentindo o prazer da carne que via como sendo seu.<br />
<br />
Aos gritinhos abafados deles, juntava os seus, até que, por fim, um jorro de sémen foi depositado na terra daquele jardim. <br />
<br />
Aguardou um pouco que o corpo voltasse ao normal. Devagar, foi recuando até se ver fora do local. Como um passeante vulgar, dirigiu-se para casa. Depois de despido, abriu a roupa da cama devagar para não acordar a mulher que a seu lado dormia. Ela, sentiu-o deitar-se, como todos as noites o sentia. Não se mexeu, a sua carne pedia também prazer mas sabia que dele já nada podia esperar. E, com o corpo tremente, adormecia como há tantos anos o fazia.<br />
<br />
… No jardim do Miramar, as formigas levavam aquele sémen tanto delas conhecido.</div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-3293673623374887242009-11-05T17:53:00.013+00:002019-08-30T17:35:33.990+01:00No Escurinho do Cinema<center><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4K_Y2Q9-QFcGIRHCinusD8WachFgU2twl-C6PJM57BvrkEBPMiNRzmSX1dW_0f6XS3647pnuVmoNuXNGlMKODdHffWILcy75iTlWiLVpX8E_yOkIop70IeZjE4insZ6qaJiwBU5qpvHA/s400/EscCinema.jpg" border="0" /></center><br />
<div align=justify>Entro no cinema ainda as luzes estavam acesas. Procuro o meu lugar e os meus olhos pousaram em ti. Tua pele morena contrastava com a palidez do resto das raparigas que contigo estavam. Teu olhar fixou-se no meu quando caminhava pela fila que me colocou a teu lado. <br />
<br />
No palco, a cortina grossa que tapava o ecrã, foi-se abrindo enquanto o sonoro anunciava o início do filme.<br />
<br />
Os mais atrasados precipitavam-se em direcção a seus lugares. Olhei-te de soslaio. Os teus olhos olhavam a tela, as primeiras imagens eram projectadas na cortina que continuava a abrir lentamente. A luz ia diminuindo de intensidade, ficando as luzes de emergência acesas ainda que mortiças. A escuridão era quase completa. O filme começou, as pessoas iam-se calando depois de muitos “shiuuuu” da assistência.<br />
<br />
Senti a tua perna a encostar-se à minha. Pensava que, porventura, tivesse sido um pequeno descuido teu. Mas insistias, comecei a sentir-me desconfortável sem saber o que fazer. <br />
<br />
A tua mão deslocou-se através do apoio, deixaste-a cair sobre a tua saia e devagar foste-a colocando sobre a minha. Eu suava, as emoções foram-se apoderando de mim. O desconforto subia à medida que me puxavas a mão e a colocavas na tua perna.<br />
<br />
A minha mão subiu, a tua saia, curtíssima, não impedia coisa nenhuma. Os meus dedos entraram na tua cuequinha e sentiram a humidade do teu sexo. Enquanto o filme decorria, senti o teu arfar, lentamente fui acariciando o teu pontinho sensível. Tive receio que as tuas colegas se apercebessem do que se estava a passar, mas tu sossegaste-me com os olhos brilhando no escurinho do cinema.<br />
<br />
Depois senti em ti o relaxar, tinhas conseguido o orgasmo. Devagar fui retirando a mão. Ajeitaste a saia, a tua mão deslizou pelas minhas calças e…<br />
<br />
As luzes acenderam-se, levantei-me e saí. Não me lembro, até hoje, que filme estava a decorrer no ecrã!</div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1733627807431171194.post-70080148403295513332009-07-27T06:12:00.002+01:002019-08-30T17:35:55.448+01:00A Cama Partida<center><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkXf7Np-6f1lRUUkoZRA2nknhKKeb8rzDQIfa8WbvmLhRUJ4n4LloP4-Od88f_YWjryEBKxZB_uXh-sVxeEs2NXhAXobsFc2xS1B8dD6aahX07AJ-4UFBG1-1UV5QoAHRGJ7PsYQuCLyo/s400/acamapartida.jpg" border="0" /></center><br />
<div align=justify>De mão dada abriram a porta do quarto. Na semi-obscuridade, iluminada por uma luz ténue de uma lamparina, ele foi-lhe retirando a roupa enquanto suavemente a deitava na cama. Os olhos dela brilhavam de prazer. Os dedos percorriam aquele corpo maduro de mulher, procurando nele os pontos erógenos para que ambos tivessem o clímax na mesma altura, que o prazer dela fosse o seu. <br />
<br />
O corpo contorcia-se a cada toque, sons voluptuosos saíam da sua boca enquanto o peito arfava procurando juntar os seus mamilos ao dele num roçar sensual. As pernas cruzavam-se, apertavam-se como tenazes para que o momento de contacto se prolongasse para além do tempo.<br />
<br />
A excitação subia conforme o prazer aumentava. Aquela cama rangia a cada nova entrega, ela, por cima dele, procurava o ritmo adequado para sentir o sexo penetrar-lhe, procurando a melhor posição para que o orgasmo fosse total. <br />
<br />
O movimento era frenético, o clímax aproximava-se, nessa altura, a cama, junto aos pés partiu-se, os apoios não aguentaram e tinham quebrado. Mas, naquele instante, enquanto a cama abatia, ele ejaculou como nunca o tinha feito. Ela olhou para aqueles olhos, para aquele pequeno sorriso que se lhe aflorou aos lábios, para aquele rosto e viu nele todas as estrelas do céu. <br />
<br />
A cama era testemunha que podia ter-se partido tudo que nada teria retirado o prazer do momento. E ambos, por algum tempo, continuaram abraçados naquela cama partida com os pés apoiados no chão.</div>Mário Limahttp://www.blogger.com/profile/07158193661824796981noreply@blogger.com2